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TUDO SOBRE O OMBRO DOLOROSO



O OMBRO DOLOROSO


O ombro doloroso pode ser caracterizado como um conjunto de patologias que causam restrições dolorosas por parte dos tecidos moles existentes na articulação do ombro. É uma das principais causas de incapacidade funcional e psicológica o que afeta diretamente o quotidiano da pessoa. Quanto à causa a dor no ombro apresenta duas variações: traumática ou não traumática.


Embora pouco fundamentada, a etiologia (origem/causa) da dor no ombro pode ser um de três tipos:


  • ombro rígido que se define por uma perda significativa e igual de movimento ativo e passivo; As possíveis causas de um ombro rígido são fraturas, tecidos rígidos (musculares, cápsula, tendões), cirurgias ou medo de mover. Dentro deste tipo podemos assumir os ombros congelados e a osteoartrose sendo das lesões mais comuns neste tipo;


  • ombro “solto”; que poderá ocorrer devido a uma instabilidade estrutural causada por uma luxação ou alguma alteração congénita a nível ósseo ou articular;


  • ombro fraco, que se caracteriza por uma sensação de dor ou fraqueza na realização de um movimento ativo. As tendinopatias, roturas musculares/tendinosas, degeneração tendinosa e calcificações, são os tipos de lesão mais comuns quando falamos de um ombro fraco. A lesão mais comum será, sem dúvida, a rotura do tendão supraespinhoso, na zona anterior do úmero.


Os Sintomas

Os sintomas mais usuais são dor em movimentos acima da cabeça (overhead), seja na flexão (elevação anterior) ou na abdução (elevação lateral). Um “click” no decorrer do movimento também pode ser sentido ou ouvido na zona lateral ou superior do ombro. No entanto, também a dor ou fraqueza no movimento ativo e/ou passivo, dor em repouso ou só em atividade poderão ser diferenciadores no diagnóstico da lesão.

O que poderá contribuir para as lesões e dor no ombro são:

  • ações ou gestos desportivos ou profissionais;

  • tabagismo;

  • consumo de álcool;

  • obesidade;

  • doenças metabólicas.


Outros co-fatores


O stress, depressão, perturbações no sono podem, igualmente, contribuir para o agravamento dos sintomas. Sabemos, também, que o ombro e o pescoço estão interligados por diversas estruturas musculares/tendinosas, nervosas e sanguíneas além de tecido conjuntivo. Portanto, se houver dor no ombro, esta poderá refletir-se na zona da cervical/pescoço ou vice-versa. Outras estruturas podem causar diminuição de amplitude de movimento e capacidade de produção de força do ombro e cervical. Alterações na postura como cabeça anteriorizada, ombros anteriorizados, falta de força da musculatura e mobilidade da coluna dorsal poderão estar associados.



Tratamento


O tratamento desta síndrome pode incorporar diversas técnicas, dependendo sempre de uma avaliação objetiva e cuidada. No ombro, nem tudo o que parece é. Existem infinidades de estruturas interligadas entre si, diversas articulações, nervos, músculos, tendões, bursas, etc, que podem levar a um diagnóstico errado, por isso será importante realizar a avaliação mais especifica e estar atento aos sintomas e aos testes que poderão ser realizados.

Salvo raras exceções, o tratamento do ombro doloroso deve passar por um processo de tratamento conservador passando maioritariamente pela vertente do exercício. Quanto mais cedo melhor. Exercícios de mobilidade e alongamento, isometria para uma fase precoce da lesão é o ideal. Posteriormente e após o utente cumprir os objetivos traçados para poder haver transição da fase precoce para a fase de fortalecimento - potenciação e performance.


Os seguintes exercícios poderão ajudar no fortalecimento do Complexo Articular do Ombro:

  • elevações frontais e laterais;

  • exercícios de push/pull (não apenas do ombro em específico, mas de todas as estruturas pertencentes a esse complexo);

  • prensas (ombro, peito);

  • bíceps curl e tríceps extension;

  • as elevações (pull up/ chin up);

  • flexões;



3 Pontos-Chave


Estes são os 3 pontos-chave no tratamento do Ombro Doloroso:

  • Educação do utente - A explicação do mecanismo de dor de como os sintomas aparecem e desaparecem, excluir a seriedade do problema, um diagnóstico realista, o melhor plano de tratamento e como o paciente pode contribuir para a recuperação;


  • Movimento - O ombro é feito para se mover. O utente deve perceber que não necessita ter medo de mover o ombro. Isto vai provocar um aumento da confiança, diminuição da dor entre outros efeitos benéficos;


  • Trabalho funcional - Os grupos musculares do ombro e das estruturas vizinhas, necessitam de ser fortalecidos, reeducados e potenciados. Mais uma vez, uma correta avaliação vai permitir elaborar o programa de Exercício Clínico adequado.


Assim, quando nos propomos a interpretar um ombro doloroso e a ajudar a pessoa que sofre com essa dor, devemos ser muito objectivos na avaliação e orientar a intervenção à causa do problema, privilegiando a função.

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